Projeto de Investigação HapticControl

A forma como vemos televisão e ouvimos rádio foi substancialmente transformada pela Internet e pelas redes de dados de nova geração.

MODU Remote Control Concept 2019

Um número reduzido de canais de televisão e estações de rádio, que transmitiam em direto, deu lugar a centenas de canais de conteúdos multimédia e interativos, televisão-a-pedido, visionamento diferido no tempo novas funcionalidades que nos permitem consumir os conteúdos que queremos, quando queremos, onde queremos e como queremos. As novas possibilidades, porém, trouxeram consigo também uma grande complexidade de interação com os sistemas, nomeadamente as Smart TVs e, por isso, esta complexidade faz-se particularmente sentir nos comandos remotos, que se tornaram consideravelmente complexos de modo a abrangerem toda a tecnologia de interação. Essa complexidade tende a excluir um grande segmento da população, nomeadamente a população mais idosa e com menos conhecimento tecnológico, bem como a afastar os utilizadores da utilização destas novas tecnologias.

Este projeto pretende substituir o telecomando tradicional por um comando de nova geração, baseado num novo paradigma de interação, mais intuitivo e fácil de utilizar. Para tal, o comando basear-se-á, sobretudo, no modo de comunicação mais natural (a voz) e numa interação táctil à distância (retorno háptico) com o ecrã, apresentado diferentes feedbacks para diferentes acções. A este aumento de funcionalidades, não deverá haver uma maior frequência na substituição das tradicionais pilhas, uma vez que essa é uma fonte adicional de complicação e de avarias, para além de apresentar um custo proporcional à sua utilização e não esquecendo o impacto ambiental associado.

De modo a atingir os objetivos enunciados, o projeto irá trabalhar sobre três vertentes tecnológicas distintas, que convergirão sobre um comando único de nova geração: uma codificação de voz eficiente e compacta (Áudio), interfaces de retorno háptico (Haptics) e sistemas de recolha de energia do meio ambiente (Energy).

Após estudar o problema a Tech4Home isolou os principais problemas dos atuais telecomandos (excesso de complexidade, fragilidade, design pouco cuidado e necessidade de substituir frequentemente as pilhas). Assim, a Tech4Home, em colaboração com o IPLeiria, decidiu tentar uma nova abordagem ao telecomando, semelhante à mudança de paradigma que ocorreu nos telemóveis, com a mudança de telemóveis de teclas para smartphones, sensíveis ao toque.

Conceito

Telecomando com um design e funcionalidade atrativos, diminuindo o número de botões físicos, mas que no entanto mantenha a simplicidade de atuação que caracteriza os mesmos. Para não se perder funcionalidades devido ao diminuído número de botões, estes poderão ser compensados com uma ou mais áreas reativas ao toque e a diferente tipos de toque, e com a incorporação de um microfone para envio de comandos ou termos de pesquisa por voz.

Objectivo

Criar uma interface manual, extremamente simples e intuitiva, que permita a qualquer utilizador, sem treino, ir descobrindo e explorando todas as possibilidades que o seu equipamento tem para lhe oferecer. Para isso, em lugar de um comando com dezenas de teclas, com nomes crípticos, o utilizador terá nas suas mãos um comando com um design extremamente simples, praticamente sem teclas protuberantes, com uma superfície sensível ao toque, fácil de visualizar, onde, com gestos simples, coerentes e em interação com o próprio ecrã, o utilizador pode explorar todas as funcionalidades do aparelho, sem ter de decorar comandos ou procedimentos. O sistema é ainda complementado com uma funcionalidade de reconhecimento de comandos de voz, que permite ao utilizador aceder diretamente a comandos disponíveis, através da interface mais natural para um ser humano, que é a sua própria voz.

Este projeto é desenvolvido em co-promoção com a empresa Tech4Home e o Instituto Politécnico de Leiria e é cofinanciado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Programa Portugal 2020, através do COMPETE 2020 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização.